INTRODUÇÃO: O Brasil, em 2020, enfrentou a maior crise de saúde pública das últimas décadas. A infecção aguda pelo 2019 Novel Coronavírus (COVID-19) desafiou o sistema nacional de saúde e evidenciou muitas fragilidades que prejudicaram a atuação dos profissionais da saúde. Dessa forma, nosso objetivo é avaliar a percepção da pandemia do COVID-19 entre estes profissionais.
MÉTODOS: Estudo quantitativo e qualitativo, com questionário realizado com o auxílio da ferramenta Google Forms (docs.google.com/forms) e enviado por meio eletrônico aos profissionais de saúde em abril de 2020. Foram avaliadas as seguintes variáveis: categoria profissional, local e a região de trabalho, segurança quanto as orientações para o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e sua disponibilidade, condições de trabalho, existência de treinamentos nos locais de trabalho e aspectos psicológicos vivenciados.
RESULTADOS: Foram obtidos 197 formulários. Na amostra, 58,9% são enfermeiros, 36,5% atuam em salas de emergência de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou hospitais, 50,8% não se sentiam completamente seguros quanto às orientações sobre o uso do EPI, 64% relataram não receber os EPI’s necessários, 55,3% afirmaram não estar preparados para cenários de maior demanda, 40,6% dos profissionais relataram que suas unidades de saúde nunca realizaram treinamentos envolvendo planos de contingência para cenários de múltiplas vítimas e 77% da amostra se sentiu estressada ou nervosa.
CONCLUSÃO: Os profissionais de saúde estiveram vulneráveis emocionalmente ao longo da pandemia devido aos múltiplos fatores que desfavoreciam uma boa assistência em saúde.
Palavras-chave: SARS-CoV-2. Profissionais de Saúde. Saúde Mental. Emergência Educação em Saúde.