Filipe André Gonzalez1,2,3; João Pedro Silva4; Pedro Gaspar Costa5; Luís Bento5,6; Doroteia Silva7; Igor Milet8; Alexandre Pinto9; Miguel Tavares9
Resumo
INTRODUÇÃO: A gestão e monitorização hemodinâmica nas unidades de cuidados intensivos (UCI) em Portugal ainda não foi avaliada recentemente. Projetámos um questionário eletrónico para entender melhor a prática clínica e o alinhamento com as diretrizes internacionais mais recentes.
MÉTODOS: Um questionário de 24 questões, abordando a monitorização e gestão hemodinâmica na UCI, foi partilhado nas redes sociais e via email (e-blast®) pelos autores e pela Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos de 11 de maio a 11 de setembro de 2023. Resultados: Dos 174 questionários válidos, 54% eram especialistas em medicina intensiva e os restantes eram médicos em formação em medicina intensiva. Ao abordar o paciente em choque séptico, o volume de bólus de fluído variou entre 500 mL (42%), 250 mL (30,5%) e 1.000 mL (19%), e o tipo de fluído mais utilizado foram soluções balanceadas (85,5% vs 14,4% de soro fisiológico). A norepinefrina foi universalmente a primeira escolha como vasopressor no choque séptico e a maioria dos respondedores considerou adicionar complementarmente corticóides (em 96%) e vasopressina (em 66,1%). A ferramenta mais utilizada para avaliar a responsividade a fluídos e para monitorização hemodinâmica foi a ecocardiografia (97,1%), mas 31% dos respondedores consideraram que menos da metade da equipa médica tinha capacidade técnica para avaliação ecocardiográfica.
CONCLUSÃO: A ecocardiografia é a ferramenta preferencial para avaliação hemodinâmica, mas parte dos respondedores considerou que a equipa não tinha proficiência na técnica, destacando assim a importância do treino e da padronização da mesma na UCI.
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