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ARTIGO ORIGINAL

Estresse no trabalho de médicos emergencistas na pandemia de COVID-19

Weverson de Abreu Lima1; Breno Douglas Dantas de Oliveira1,2; Luana Silva de Sousa3; Frederico Carlos de Sousa Arnaud1,2; Rafaela Elizabeth Bayas Queiroz1,2

DOI: https://doi.org/10.5935/2764-1449.20230007

Resumo

OBJETIVO: analisar o estresse no trabalho de Médicos Emergencistas na pandemia de Covid-19.
MÉTODO: estudo transversal realizado remotamente com 41 médicos. Aplicou-se questionário sociodemográfico/laboral e Escala de Estresse no Trabalho. A análise incluiu estatística descritiva, medidas de tendência central e dispersão, bem como teste exato de Fisher, F de Snedecor e Kruskal-Wallis para comparações múltiplas.
RESULTADOS: os principais fatores estressores vivenciados pelos participantes tinham relação com exaustão emocional, despersonalização, realização pessoal reduzida e sobrecarga de trabalho. Encontrou-se que quanto maior a carga horária semanal de trabalho, mais alto o nível de estresse experimentado por médicos nos departamentos de emergência durante a pandemia de Covid-19.
CONCLUSÃO: profissionais jovens (<35 anos), cooperados, lotados em ambientes críticos, com menor tempo de formação (<7 anos) e atuação na área de Medicina de Emergência, carga horária semanal elevada (>60 horas) apresentaram alto nível de estresse no trabalho durante a pandemia de Covid-19.

INTRODUÇÃO

A Medicina de Emergência, como especialidade, abrange diagnóstico e tratamento dos pacientes que necessitam de cuidados diante de situações agudas ou lesão que requeira atendimento imediato. A responsabilidade, muitas vezes estratégica, no atendimento às urgências e emergências dentro dos sistemas de saúde modernos gerou a necessidade da criação dos programas de especialização em Medicina de Emergência em todo o mundo, iniciando na década de 70 e em pleno crescimento até hoje.

No Brasil, o maior interesse pela Medicina de Emergência vem da década de 90, com vários grupos de apoio ao reconhecimento da especialidade. Em 2013, o Conselho Federal de Medicina reconheceu a especialidade e, em setembro de 2015, o Conselho Científico de Especialidades da Associação Médica Brasileira aprovou por unanimidade a criação da especialidade1.

Em um contexto de uma especialidade relativamente nova no País, mas com história já consolidada em outras partes do mundo, surge a pandemia de Covid-19. A Medicina de Emergência, por estar na linha de frente no tratamento aos infectados pelo Sars-Cov-2 e suas variantes, assumiu papel de extrema relevância não apenas na assistência direta aos pacientes, mas na gestão dos serviços de emergência.

Em 11 de março de 2020, a Covid-19 foi caracterizada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde então, o mundo enfrenta desafios sem precedentes. Ainda não se tem previsão sobre quando essa doença deixará de ser uma pandemia. Dados publicados pelo Ministério da Saúde (MS) mostram que tivemos 34.115.188 casos confirmados no Brasil até o dia 11 de novembro de 2022, com 688.656 mortes pela doença. No mesmo período, ocorreram 1.387.542 casos no estado do Ceará, com 28.013 óbitos2.

O impacto dessa pandemia é expressivo em vários âmbitos, em especial, no setor saúde. Devido ao rápido crescimento do número de infectados pela Covid-19, incluindo colegas de trabalho, e todo estresse e pressão a que estão submetidos os profissionais de saúde da linha de frente, a saúde mental deles tornou-se uma grande preocupação3.

Profissionais de saúde da linha de frente, em especial Médicos Emergencistas e residentes de Medicina de Emergência, são pressionados a dar respostas e tomar decisões que impactam diretamente na vida dos doentes, pois o Departamento de Emergência, além de ser porta de entrada, tem caráter imediato e demanda a concentração de esforços para a resolução do problema-alvo3.

Nesse contexto, estudiosos afirmaram que uma razão possível para altos níveis de estresse no trabalho nesta pandemia é que o tempo e a intensidade do trabalho aumentaram, fazendo com que essas pessoas não tenham qualidade de descanso e sejam propensas a estresse crônico e sofrimento psíquico4.

Ademais, existem outros fatores estressores no ambiente de trabalho dos profissionais da linha de frente da Covid-19: exaustão física e mental, dor da perda dos pacientes e colegas, dificuldade na tomada de decisões, medo da contaminação e da transmissão da doença, longas jornadas de trabalho, falta de equipamentos de proteção individual (EPI), ampla cobertura da imprensa, baixo estoque de medicamentos e baixo apoio dos envolvidos na situação pandêmica4,3.

Frente ao exposto, o estudo dos fatores intervenientes que cercam o estresse no contexto de trabalho dos médicos, na Medicina de Emergência, pode favorecer o entendimento da crise vivenciada na estrutura e no gerenciamento das organizações de saúde neste cenário de pandemia. Assim, questionou-se: quais as variáveis intervenientes no nível de estresse de Médicos Emergencistas e residentes de Medicina de Emergência durante a pandemia de Covid-19?

Nesse sentido, objetivou-se analisar o estresse no trabalho de Médicos Emergencistas na pandemia de Covid-19.

 

MÉTODO

Trata-se de estudo descritivo, com delineamento transversal e abordagem quantitativa, em Fortaleza, Ceará, divulgado via Internet, através dos aplicativos e redes sociais: whatsapp, instagram e facebook envolvendo Médicos Emergencistas e residentes de Medicina de Emergência vinculados a Departamentos de Emergência no contexto da pandemia de Covid-19. A coleta de dados aconteceu entre maio e agosto de 2022.

A amostra foi formada por conveniência e atendeu aos seguintes critérios de inclusão: atuação em Departamentos de Emergência durante o período da pandemia de Covid-19 por, pelo menos, seis meses. Foram excluídos médicos que estavam de férias ou afastados (licença saúde ou maternidade) no período de coleta de dados.

Para coleta dos dados, foram utilizados dois instrumentos: questionário sociodemográfico/laboral, elaborado pelos autores, construído no Formulário Google®, contemplando as variáveis: idade, sexo, estado civil, cargo, tempo de formação e de atividade no serviço, cursos de qualificação, pós-graduação, quantidade de empregos, regime de trabalho, vínculo empregatício e cargo de chefia.

Outro instrumento foi a Escala de Estresse no Trabalho (EET), que reúne 23 itens que apresentam, no mesmo item e ao mesmo tempo, um estressor e uma reação. Para cada item existe uma escala de 5 (cinco) pontos, variando desde 1 - discordo totalmente a 5 - concordo totalmente, sendo que, quanto maior a pontuação, maior o estresse5.

Segundo a autora do instrumento, quando o valor da média estiver entre 1,0 e 1,9 indica pouco ou nenhum estresse; médias entre 2,0 e 2,5 indicam nível intermediário; médias acima de 2,5 são indicativas de nível alto de estresse ocupacional5.

Após quatro meses de pesquisa, chegou-se ao total de 41 participantes (com escalas devidamente preenchidas), considerando que houve recusas e outros fatores intervenientes na coleta de dados, como preenchimento incompleto do instrumento, medo de retaliação por parte da equipe, dentre outros.

Os dados foram processados no software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 20.0, licença número 10101131007. A análise incluiu estatística descritiva, medidas de tendência central e dispersão, bem como teste exato de Fisher, F de Snedecor e Kruskal-Wallis para comparações múltiplas.

O estudo foi um recorte de pesquisa de maior abrangência intitulada “Estresse no trabalho em maternidades durante a pandemia de Covid-19” com CAAE: 36480820.7.0000.5534 e Número do Parecer: 4.270.824.

A participação na pesquisa respeitou as diretrizes da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) que dispõe sobre as normas regulamentadoras para o desenvolvimento de pesquisas envolvendo seres humanos6.

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para coleta foi disponibilizado online e o participante só tinha acesso aos instrumentos se concordasse em participar da pesquisa. Ademais, teve o direito garantido de ter a segunda via do TCLE, disponibilizado para download, em que constavam os contatos telefônicos dos pesquisadores e do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

 

RESULTADOS

Participaram do estudo 41 médicos com idade média de 31,3 anos (Mín. = 27; Máx. = 35, DP = 5,2 anos), mais da metade do sexo masculino (23; 56,1%), quase a metade (17; 41,4%) tinha algum (a) companheiro (a) e grande parte (23; 56,1%) era solteiro.

Predominou o cargo de médico residente em Medicina de Emergência com média de 5,7 anos (Mín. = 2; Máx. = 7, DP = 4,6 anos) de formados e 5,2 anos (Mín. = 2; Máx. = 7, DP = 4,6 anos) de atuação na área. Todos possuíam algum curso de qualificação na área e menos da metade (18; 43,9%) tinha algum nível de pós-graduação, em sua maioria na modalidade residência.

Quase a maioria (30; 75%) tinha mais de um emprego com carga horária semanal de trabalho de 62,8 horas (Mín. = 50; Máx. = 80, DP = 21,9 horas) diuturnamente (34; 82,9%). Em relação ao vínculo empregatício, muitos (31; 75,6%) exerciam suas atividades por meio de contrato temporário por cooperativas, reproduzindo a realidade brasileira de precarização do trabalho na saúde.

Quanto ao fato de desempenhar cargo de chefia, encontrou-se que pouco mais da metade (21; 51,2%) não assumia essa função, o que poderia impactar em maior probabilidade de estresse no trabalho.

A Tabela 1 apresenta a distribuição de frequências dos itens relacionados à escala de estresse no trabalho.

 

 

Observou-se que as assertivas 10, 12 e 13 foram as mais relatadas com concordância total, respectivamente. Estas representaram as situações de estresse mais vivenciadas pelos participantes. Por outro lado, os itens 8, 21 e 23 foram relatados com discordância total, nessa ordem.

A Tabela 2 evidenciou a associação entre o nível de estresse no trabalho e o perfil sociodemográfico e laboral dos participantes.

 

 

Evidenciou-se que uma variável foi estatisticamente significante: carga horária semanal de trabalho. Portanto, quanto maior a carga horária semanal de trabalho, mais alto o nível de estresse experimentado por médicos nos departamentos de emergência durante a pandemia de Covid-19 (p = 0,021).

 

DISCUSSÃO

O perfil dos profissionais do presente estudo foi semelhante ao já descrito em outro realizado com médicos que atuaram em departamentos de urgência e Emergência durante a pandemia de Covid-19, no Brasil. Neste, dos 284 médicos, a idade média foi de 39,9 anos, 56,3% eram homens, 33% eram intensivistas e 9% eram especialistas em Medicina de Emergência7.

Quanto ao perfil laboral, o fato de mais da metade dos participantes possuir mais de um emprego e assumir uma extensa carga horária semanal de trabalho denota um resultado negativo para o estudo do estresse no trabalho em Medicina de Emergência, pois se considera que pessoas com sobrecarga de trabalho estão expostas, com mais frequência, a fatores estressores que podem culminar em atitudes negativas no ambiente de trabalho.

Os profissionais da linha de frente, em especial os Médicos Emergencistas, têm sido um baluarte na luta contra a Covid-19, ao mesmo tempo que estão sujeitos a fatores estressores adicionais: sobrecarga de trabalho, informações desencontradas, diretrizes em evolução, excesso de pacientes com contagem crescente de mortes, ausência de treinamento, descontentamento com o governo e os sistemas de saúde. Portanto, são suscetíveis a altos níveis de esgotamento profissional durante esta pandemia8.

O esgotamento profissional ou Burnout é uma síndrome resultante de estresse crônico relacionado ao trabalho com sintomas caracterizados por exaustão emocional, incluindo autoconceito negativo e atitude inadequada no trabalho, que levam à menor produtividade, comprometimento da qualidade do trabalho e redução do interesse pelos pacientes9.

Burnout é composto por dois elementos: “esgotamento”, atrelado à excessiva demanda de trabalho; e “desengajamento”, vinculado à insuficiência de recursos de trabalho. Exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal reduzida são situações vivenciadas na pandemia que aumentam o risco de desenvolvimento de Burnout9.

A exaustão emocional se deve ao fluxo gigantesco de pacientes, o elevado número de óbitos e o despreparo para garantir a continuidade do cuidado dos infectados. A despersonalização envolve a dificuldade na padronização dos protocolos devido às constantes e contínuas atualizações, ao uso de equipamentos de proteção individual que tornam os trabalhadores anônimos e à ausência de momentos de debriefing no local de trabalho. A baixa realização pessoal se deve aos conflitos de interesse e aos desvios de função recorrentes, o que gera impactos imensuráveis na saúde mental dos médicos emergencistas10,11.

Pesquisadores afirmam que o principal fator, dentre todos os critérios que influenciam o Burnout, é o estresse no trabalho; em seguida, recursos físicos, materiais, humanos e organizacionais das instituições de saúde, apoio da família e dos amigos e satisfação com o trabalho12.

Nesse ínterim, estudiosos evidenciaram que residentes e Médicos Emergencistas expostos a pacientes com Covid-19 estavam significativamente mais estressados e experimentaram maior Burnout em comparação com médicos de outras especialidades8,10,11,13. Portanto, eles apresentam maior probabilidade de ter uma resposta emocional negativa em comparação com aqueles que não atuam diretamente com esse público.

Ademais, pesquisa realizada com 166 médicos emergencistas, nos Estados Unidos, encontrou que quanto mais jovens, mais sentimentos de Burnout eram relatados, assim como quanto maior a carga horária de trabalho, mais alto o nível de estresse no trabalho experimentado durante a pandemia de Covid-1912.

Outro estudo trouxe que médicos com menos de dez anos de experiência de trabalho eram significativamente mais propensos a apresentar sintomas de depressão e ansiedade em comparação com aqueles com experiência de trabalho mais longa14. Este achado e o supracitado trazem dados que corroboram com os achados deste estudo. O sofrimento psicológico elevado tem consequências significativas para os profissionais supracitados, como aumento das taxas de absenteísmo, desempenho prejudicado, problemas de saúde física, redução da segurança e da qualidade da assistência e menor satisfação do paciente12,15,17.

Em relação à carga de trabalho, estudiosos revelaram que a sobrecarga de trabalho é o principal fator relacionado ao Burnout. Portanto, a redução da jornada de trabalho e da rotatividade de profissionais, assim como treinamento adequado e oportuno promove um ambiente de prática profissional mais seguro e qualificado18.

No que diz respeito ao treinamento em serviço, os profissionais que tiveram acesso apresentaram menores taxas de estresse no trabalho, além de desenvolverem mais resiliência16.

Vale ressaltar que todos os provedores de cuidado da linha de frente representam um grupo vulnerável, cuja saúde e bem-estar devem ser protegidos. O aprimoramento de estratégias de enfrentamento pode reduzir o impacto psicológico da Covid-19 e outras pandemias, além de mitigar seus potenciais efeitos adversos que continuam sendo uma importante fonte de transtornos psicológicos e de estresse relacionado ao trabalho8.

Algumas estratégias eficazes de enfrentamento do estresse no trabalho durante a pandemia de Covid-19 foram relacionadas ao trabalho em equipe e ao sentimento de valorização no trabalho19,20.

Pode-se inferir que o estresse no trabalho interferiu negativamente na atuação profissional dos médicos emergencistas. Portanto, conhecer e abordar a causa raiz do estresse no trabalho durante a pandemia de Covid-19 torna-se fundamental e urgente. Logo, reduzir os níveis de estresse no trabalho torna-se tarefa urgente em meio ao atual contexto de pandemia da Covid-19 não só para os Médicos Emergencistas como para todos os profissionais de saúde envolvidos na linha de frente.

 

CONCLUSÃO

Profissionais jovens (<35 anos), cooperados, lotados em ambientes críticos, com menor tempo de formação (<7 anos) e atuação na área de Medicina de Emergência, carga horária semanal elevada (>60 horas) apresentaram alto nível de estresse no trabalho durante a pandemia de Covid-19.

Conclui-se que Médicos Emergencistas e médicos residentes de Medicina de Emergência vivenciaram alto nível de estresse no trabalho durante a pandemia de Covid-19. Os dados deste estudo, que convergem com a literatura, corroboram com essa hipótese.

É fato que a pandemia de Covid-19 trouxe diversos problemas relacionados à saúde das pessoas, incluindo à dos profissionais de saúde, principalmente àqueles que atuavam na linha de frente. Estes estavam muito mais propensos ao desenvolvimento de agravos, como a Síndrome de Burnout. Para um bom desempenho das atividades laborais e visando redução dos danos causados, estratégias de enfrentamento devem ser elaboradas, levando em consideração desde a qualificação dos profissionais que trabalham nos serviços de Emergência à redução da carga horária de trabalho.

Algumas limitações foram encontradas neste estudo, sobressaindo-se a amostra reduzida. Mesmo com anonimato enfatizado e providências para garanti-lo, é possível que alguns participantes tenham dado respostas mais positivas por medo de sua identidade ser revelada e de sofrer retaliação. Além disso, muitos recusaram participar e outros estavam afastados no período da coleta de dados. Outro fator limitador foram as poucas publicações, no Brasil, acerca da temática.

Os resultados obtidos reforçam a ideia de que identificar os preditores do estresse no trabalho é essencial para a melhoria tanto da qualidade de vida dos profissionais de saúde, em especial os Médicos Emergencistas, como da assistência à saúde da população e das organizações de saúde em tempos de pandemia.

 

REFERÊNCIAS

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